A corrente de comércio entre o Brasil e os Estados Unidos cresceu ao longo do primeiro semestre em relação com o mesmo
período do ano passado, com vantagem expressiva para o lado brasileiro, com os
embarques para os portos e aeroportos norte-americanos tendo avançado 32,9% e
as compras, 8,7%. É o que mostra o Monitor do Comércio Brasil-EUA, relatório da
Câmara Americana de Comércio (Amcham Brasil). Os dados confirmam a manutenção dos EUA como o segundo maior
parceiro comercial do Brasil em bens.
Em valores, o total das exportações ficou em US$ 13,3 bilhões e de
importações em US$ 16,4 bilhões. "A recuperação da economia tanto no
Brasil como nos EUA tem fortalecido o comércio bilateral. As projeções da
Amcham indicam que 2021 registrará um crescimento de até 30% das nossas
exportações para os EUA e de até 20% das nossas importações vindas daquele
país", relata Abrão Neto, vice-presidente executivo da Amcham. Para ele,
esses números são indicadores claros do aquecimento dos negócios entre ambos os
países.
Segundo a
Câmara Americana, a economia dos EUA cresceu 6,4% no 1º trimestre de
2021 e deve seguir aquecida ao longo do ano. O
estágio avançado de vacinação e os pacotes governamentais de estímulo
norte-americanos aumentaram a demanda externa, inclusive por produtos
importados do Brasil, como dos setores siderúrgico, de construção civil,
aeronáutico e petróleo.
As
exportações brasileiras para os EUA no primeiro semestre de 2021 representaram 9,8% das exportações totais do País no período.
Pelo lado das importações, é possível observar um início de recuperação.
As importações brasileiras originárias dos EUA avançaram 8,7%,
alcançando o valor de US$ 16,4 bilhões até o momento. Apesar desse movimento
positivo, o porcentual ainda foi três vezes menor que o aumento total de 26,5%
de tudo que o Brasil comprou do mundo. Segundo a Amcham, entre as dez
principais origens de importação brasileira, o aumento dos Estados Unidos foi o
segundo mais baixo, ficando à frente somente da França.
Como
resultado, o
Brasil obteve um déficit de US$ 3,1 bilhões com os EUA, que foi o maior saldo
negativo registrado pelo Brasil entre todos os seus parceiros comerciais no ano.
No geral as trocas bilaterais com os EUA representaram 12,7% do comércio
brasileiro com o mundo, atrás apenas da China (29,1%).
Para a
entidade, a recuperação da economia nos EUA e no Brasil refletirá no
crescimento do comércio bilateral. A Amcham estima que as exportações brasileiras para os EUA
devem crescer entre 26,6% e 30,1%, para um valor próximo a US$
30 bilhões, e as importações brasileiras dos EUA aumentarão entre 18,6% e
20,2%, superando US$ 33 bilhões.
*** Por Estadão Conteúdo