Crise valoriza profissionais de Logística e Comércio Exterior

Crise valoriza profissionais de Logística e Comércio Exterior

Estudo da consultoria Robert Half aponta aumento na média salarial de cargos de gestão nos dois setores


atual cenário econômico brasileiro, com as empresas cada vez mais buscando reduzir custos e explorando mercados internacionais, tem valorizado alguns profissionais. Entre eles, estão aqueles voltados aos segmentos de Logística e Comércio Exterior. Nos cargos de gestão, há até a expectativa de aumento nas médias salariais, em índices que variam de 3% a 6,9%, percentuais generosos em tempos de recessão.

A análise integra o estudo Guia Salarial 2016, elaborado pela consultoria de recrutamento Robert Half, com filial em São Paulo. 

O levantamento foi concluído no final do ano passado, tendo como base entrevistas com candidatos, a percepção de mercado de consultores, pesquisas com executivos e tendências econômicas.

O estudo aponta que, entre os cargos mais valorizados do mercado, está o de Gerente de Logística. Um profissional nesta função, no ano passado, tinha um salário de R$ 8 mil a R$ 21 mil em empresas pequenas ou médias (com faturamento anual de até R$ 500 milhões) ou de R$ 10 mil a R$ 26 7 mil em companhias grandes (faturamento anual superior a R$ 500 milhões). Neste ano, seu ganho mensal deve variar de R$ 9 mil a R$ 21 mil, alta de 3,4% no primeiro caso, e de R$ 12,5 mil a R$ 26 mil, 6,9% a mais, na segunda categoria.

No caso de um coordenador de comércio exterior, em firmas de pequeno ou médio porte, os salários devem ter um crescimento de 3%, indo da faixa que vai de R$ 4,5 mil a R$ 12 mil para R$ 5 mil a R$ 12 mil. Nas grandes empresas, o aumento será de 3,4%, passando de uma variação de R$ 4,5 mil a R$ 10 mil para uma de R$ 5 mil a R$ 10 mil.

“Estes são dois setores que estão e vão continuar aquecidos durante o ano. Um profissional de comércio exterior, por exemplo, está valorizado pois empresas buscam reduzir custos importando seus insumos. Elas estão importando mais, especialmente da Ásia. 

E há aquelas que tentam compensar a perda do mercado consumidor interno, vendendo seus produtos nos mercados internacionais, principalmente com a maior competitividade da mercadoria nacional, com a questão cambial”, explica Isis Borge Sangiovani, gerente de divisão de Engenharia e Supply Chain da Robert Half

Sobre o setor de Logística, Isis destaca que ele está cada vez mais profissionalizado e tem evoluído. Antes uma área ligada apenas a operações, hoje se tornou estratégica.

“Tanto os profissionais que atuam na gerência logística das empresas e lidam com o porto, como aqueles voltados a própria atividade portuária, estão em alta. Um bom profissional de Logística cria oportunidades para a melhoria dos processos, aumenta a atração de clientes, uma vez que realiza uma operação com menos perdas no caminho, maior rastreabilidade e, possivelmente, custos reduzidos. A Logística cada vez mais é estratégica para se atender melhor um cliente”, afirma a gerente de divisão.

A valorização dos profissionais desse setor acaba se comportando de forma peculiar, cita Isis Sangiovani. Quando a economia segue sem problemas, os especialistas em Logística são demandados como as demais funções. Mas quando o mercado está “mais desafiador”, a procura por eles aumenta.

Nessa área, as vagas podem ser ocupadas por engenheiros de produção, administradores ou economistas com especialização em Logística. As chances aumentam quando apresentam qualidades comportamentais, como liderança e boa comunicação, e certificações (especialmente a APICS).

Na área de comércio exterior, os profissionais visados são os administradores e especialistas em Comércio Exterior. Fluência em outras línguas (inglês é requisito básico), experiências internacionais e conhecimento da área financeira também aumentam as chances de contratação, assim como um perfil pró-ativo e organizado, destaca Isis Sangiovani.


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